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Dicas de Estudo

Redação jurídica: 12 dicas para tornar o texto persuasivo

Ao redigir uma petição, é natural que você tenha muitas dúvidas. Por exemplo, você já deve ter se perguntado se o uso de determinada palavra ou expressão vai causar uma impressão positiva no juiz da ação. Afinal, uma boa redação jurídica pode ser decisiva na hora do veredito.

Para sanar algumas dessas dúvidas e lhe ajudar a escrever um texto mais coerente e persuasivo, preparamos este guia. Confira!

1. Atente à linguagem

Nunca é demais reforçar que um texto jurídico não deve ser coloquial demais, afinal, é dirigido a uma autoridade. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, isso não significa que você deve encher seu texto de termos em latim e de “juridiquês”.

A linguagem deve ser, acima de tudo, objetiva. Usar termos rebuscados não é elegante, só deixa o texto cansativo, e, muitas vezes, atrapalha a clareza e compreensibilidade.

2. Sempre revise o texto

Quando se deseja passar credibilidade, é muito importante evitar erros de português. Vírgulas no lugar errado, concordância incorreta e falta de conhecimento na grafia das palavras, entre outros, transmitem a ideia de que o autor do texto não é confiável. Por isso, use um software que aponte os possíveis erros do texto.

Aproveite também o momento da revisão para remover termos desnecessários e formatar o texto de modo que sua estrutura facilite ao máximo a leitura.

3. Use verbos incisivos

Para o advogado, afirmações eloquentes fazem a diferença. Por isso, na redação jurídica, sempre opte por verbos incisivos em vez de orações mais longas ou locuções verbais. Por exemplo, é melhor redigir “o réu mentiu” do que “o réu contou uma mentira”. Além de ser uma construção mais direta, “mentiu” passa uma ideia mais forte que “contou uma mentira”.

4. Cite especialistas

Doutrina e jurisprudência são muito importantes na hora de construir um argumento sólido. Elas mostram que o advogado tem amplo conhecimento em sua área e que faz pesquisas para basear seu texto — o que são dois pontos positivos.

No entanto, tome cuidado: só inclua a citação de uma jurisprudência que realmente corresponda a um caso muito parecido com o seu. Caso não haja correlação entre a citação e o caso em tela, seu uso pode ser visto como uma forma de tentar induzir o juiz ao erro.

5. Torne o texto dinâmico

Considere que o juiz e seus funcionários são pessoas ocupadas que lidam com dezenas ou centenas de processos por dia. É preciso facilitar a leitura ao máximo, para que o texto seja compreendido e atendido.

Por isso, use frases diretas e evite utilizar sujeito distante e termos muito longos no meio do texto. Lembre-se de que ler várias frases curtas bem encadeadas entre si é muito mais simples que uma única frase de várias linhas.

6. Tome cuidado com o apelo emocional

No Direito, em alguns momentos é cabível tratar de coisas intangíveis, como ao falar do sofrimento psicológico que o cliente viveu ao pedir danos morais. Contudo, nas demais circunstâncias, a maioria dos juízes não vê o apelo emocional com bons olhos — principalmente se você está no polo passivo da ação.

Por exemplo, caso o veículo de seu cliente tenha sido apreendido por falta de pagamento, de nada adiantará falar sobre a crise econômica no país, que o cliente encontra-se desempregado, com familiares doentes etc.

7. Não use termos genéricos

Ao ler um texto jurídico, é preciso que o juiz ou cartorário seja capaz de visualizar com clareza o ocorrido. Por exemplo, se você usar “dadas as circunstâncias”, você precisa já ter explicado, anteriormente no texto, quais são as circunstâncias.

O mesmo também serve para expressões abstratas. Ao descrever um objeto ou acontecimento comum que a maioria das pessoas conhece, não é preciso usar adjetivos ou fazer referências indiretas.

8. Atente às preposições

Preposições em excesso tornam o texto cansativo e, muitas vezes, ambíguo — principalmente quando há uso de várias preposições similares no mesmo trecho.

Evite construções como “falaremos agora da conclusão do gerente da empresa”. Nesse caso, uma redação melhor seria “passaremos à conclusão feita pelo gerente da empresa”.

9. Não exagere nos advérbios

Advérbios devem ser usados com muita moderação, de modo a fortalecer o texto, ao invés de enfraquecê-lo. Esses termos jamais devem se sobrepor ao verbo, ou seja, não podem ser o ponto mais importante da frase.

Evite a repetição do advérbio “muito”, e procure não usar advérbios que não acrescentam nada aos fatos, como “veementemente”, “brilhantemente” etc.

10. Evite clichês

É sempre uma péssima ideia iniciar frases por clichês, como “claramente”, “em nossa sociedade” e “desde o início dos tempos”. Procure redigi-las da maneira mais natural possível, mais ou menos do modo que você falaria se estivesse em uma conversa.

Frases que não iniciam parágrafos podem e devem começar com “por isso”, “além disso”, “nesse caso” etc., pois demonstram que há um raciocínio em andamento.

11. Não use frases vazias

Atenha-se estritamente a narrar os fatos ocorridos relevantes para a ação, citar referências pertinentes e formular seus pedidos. Qualquer frase que faça círculos em volta do que já foi dito só servirá para ocupar espaço e dificultar a leitura.

Termos vazios também devem ser evitados como “considerando-se a questão”, “após análise minuciosa dos fatos”, “danos incalculáveis ao autor” etc.

12. Faça referência a documentos

Ter provas documentais dos fatos narrados é uma das coisas mais importantes para ganhar uma causa. Por isso, além de solicitar ao cliente todos os documentos referentes ao ocorrido, é importante que, ao longo do texto, você faça menção a eles. Por exemplo: “como pode-se verificar no documento 3”.

Assim, fica mais fácil para quem analisa a petição fazer a relação entre um fato e o documento que servirá para apoiá-lo. Depois, na hora de anexar os documentos, atente à ordem para que o número corresponda ao que foi colocado no texto.

Ser capaz de fazer uma boa redação jurídica é fundamental para aumentar suas chances de ganhar um processo, bem como fortalecer sua credibilidade entre os clientes e os profissionais do meio.

Caso você ainda se sinta inseguro com redação jurídica mesmo após essas dicas, continue estudando e pratique sua escrita com frequência, pois esses são os melhores modos de se aprimorar. E, se tiver dúvidas ou algo a acrescentar, deixe um comentário abaixo!

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