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Metodologia ágil: entenda o que é e como ela pode ser aplicada!
A metodologia ágil já é uma realidade no desenvolvimento de software. Veja em nosso post tudo o que você deve saber sobre ela!
Nos últimos anos, a importância do desenvolvimento de softwares cresceu de forma acentuada nas empresas. Hoje, essa atividade é estratégica para qualquer organização — seja para criar ferramentas de uso interno, seja para oferecer uma boa experiência ao cliente. Logo, a demanda por eficiência e rapidez abriu espaço para o que chamamos de metodologia ágil de desenvolvimento.
Mas, afinal, como exatamente ela funciona? O que há por trás desse conceito? Como ele é aplicado? O que é exatamente o Manifesto Ágil? Quais são as metodologias mais utilizadas pelas empresas?
Criamos este artigo completo sobre para tirar suas dúvidas sobre as metodologias ágeis de software. Confira!
O que é uma metodologia ágil?
O conceito básico de método ágil de desenvolvimento traz como objetivo principal a entrega de um produto com máxima qualidade no menor tempo possível. Isso envolve um planejamento diferenciado, que favorece a entrega de versões (releases) do protótipo em curto prazo e aproxima o cliente ou usuário final do processo de desenvolvimento.
Porém, agilidade e eficiência são fatores que podem facilmente ser relacionados à maioria dos métodos de engenharia. Então, o que há de tão inovador nesse novo paradigma do desenvolvimento? Para entender isso, é preciso observar de que forma ele surgiu.
A metodologia em questão tem como base a filosofia ágil. Algumas décadas após o surgimento dos primeiros softwares, um grupo de 17 especialistas no assunto resolveu se unir para debater formas de otimizar o processo. O resultado é o que chamamos de Manifesto Ágil, um documento que materializou as propostas geradas por essa nova forma de pensar o desenvolvimento.
Grosso modo, o ponto central da discussão é que seria mais benéfico, no contexto da criação de softwares, priorizar os indivíduos e as interações em detrimento de ferramentas e processos. Isso mudou completamente o mindset de muitos profissionais do setor a partir de então.
O que diz o Manifesto Ágil?
Publicado em 2001, o Manifesto Ágil nada mais é do que uma declaração na qual são destacadas as premissas tidas como essenciais para que o desenvolvimento de softwares seja mais rápido e eficiente. O foco em pessoas e interações, por exemplo, é uma parte importante desse novo conceito.
Outro valor fundamental é a colaboração entre desenvolvedor e cliente (ou usuário final). O modelo anterior era mais engessado: um projeto era elaborado para tentar alcançar as expectativas de forma mais ampla, comprometendo o tempo e a própria qualidade do produto. O método ágil deveria levar em conta entregas parciais para que o cliente trouxesse seu feedback a todo momento na fase de criação.
Aqui entra o segundo ponto: priorizar respostas rápidas e mudanças, se necessário. Em vez de focar em um objetivo imutável, os desenvolvedores e o cliente trabalham em parceria para aprimorar continuamente o produto — e isso vai, constantemente, muito além da entrega.
Atualmente, é quase inevitável que um software continue recebendo atualizações mesmo depois de pronto. Assim, o cliente ajuda a identificar com rapidez as novas demandas e é capaz de atender seu próprio público-alvo com rapidez e qualidade.
Grosso modo, como você pode ver, o fator essencial para as empresas é que a metodologia ágil prioriza o objetivo de colocar o software para funcionar. Mesmo que isso signifique trabalhar inicialmente com um protótipo, o produto evolui em velocidade muito mais rápida, sendo aperfeiçoado continuamente.
Rapidez e flexibilidade são palavras-chave aqui — tanto para a empresa quanto para os desenvolvedores.
Quais são as 5 principais metodologias ágeis?
1. Kanban
Criada na Toyota, o Kanban tinha como principal objetivo conectar etapas de processos que eram, aparentemente, incomunicáveis. A tradução livre do termo seria “sinalização” ou mesmo “cartão”. No contexto do desenvolvimento de softwares, ele funciona por meio dos seguintes princípios:
- começar pelo agora;
- buscar mudanças que sejam revolucionárias;
- respeitar os papéis, as responsabilidades e os cargos atuais;
- incentivar a liderança em qualquer nível.
Na prática, o método consiste em um quadro de avisos físico ou digital, no qual são fixados cartões coloridos que identificam o que está no workflow — e as cores indicam a prioridade. As colunas podem ser:
- fazer;
- desenvolver;
- em fila para teste;
- em testes;
- implantar;
- pronto/feito.
Sua grande vantagem é a visualização mais ampla e facilitada. Assim, os desenvolvedores podem identificar gargalos e pontos de maior eficiência apenas observando o quadro.
2. Scrum
O grande foco do Scrum são as entregas parciais e rápidas para atender às demandas do mercado (time-to-market). Isso não significa entregar algo inacabado, mas definir funcionalidades essenciais que devem ser entregues primeiro. Os chamados sprints são as versões com cada nova função.
Grosso modo, o Scrum exige reuniões diárias nas quais são discutidos o status do projeto, os problemas, as novas demandas etc. A equipe deve contar com um Product Owner (PO), que é especialista no produto, e um Scrum Master, que domina o framework. Assim, o foco é a parte prática. Com uma primeira versão entregue, é muito mais fácil continuar o desenvolvimento almejando a próxima prioridade.
Seu grande benefício é a capacidade de adaptação para as mais variadas atividades.
3. Extreme Programming (XP)
A metodologia XP é mais antiga que o próprio Manifesto Ágil — o que não significa que é menos eficiente. Ela foi adaptada à nova filosofia para entregar resultados ainda melhores. Seus três pilares centrais são a agilidade no desenvolvimento, a qualidade no produto e a economia no uso de recursos. Os valores para alcançar esses objetivos são os seguintes:
- feedback;
- coragem;
- respeito;
- comunicação;
- simplicidade.
As práticas, por sua vez, são guiadas por esses valores.
4. Feature-Driven Development (FDD)
A FDD, como o nome indica, é uma metodologia guiada por funcionalidades. Trata-se de um modelo incremental e interativo que assume o seguinte lema: resultados frequentes, tangíveis e funcionais. Nela, as funcionalidades definidas como prioridade são desenvolvidas em menos de duas semanas.
A metodologia ainda envolve a designação de papéis (gerente de projeto, arquiteto-chefe, programadores, proprietários de códigos etc.) e de processos (entrada, tarefa, verificação e saída). Suas boas práticas incluem modelagem em objetos de domínio, autoria individual, inspeções, integração regular etc.
5. Lean
O desenvolvimento lean traz consigo um grande objetivo central: eliminar desperdícios. Com isso, a metodologia almeja aumentar a velocidade de entrega e a qualidade do produto, reduzindo custos e aumentando a satisfação do cliente. Além disso, outros princípios que guiam esse método são:
- incluir a qualidade nos processos;
- criar conhecimento;
- adiar decisões e comprometimentos;
- entregar o quanto antes;
- respeitar pessoas e equipes;
- otimizar o processo como um todo.
Cada princípio traz consigo uma série de práticas para favorecer um desenvolvimento mais enxuto — em outras palavras, um processo rápido, com zero desperdício, baixo custo e alta qualidade.
Como você pôde ver, há muitas razões para o sucesso que a metodologia ágil vem conquistando no desenvolvimento de softwares. Então, não fique parado. Vale a pena investir em um curso de pós-graduação em Engenharia Ágil de Software. O mercado para esse perfil de profissional está cada vez mais aquecido!
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