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Teoria de Resposta ao Item (TRI): o que saber sobre ela para ir bem no Enem
Quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou está se preparando para a prova já deve ter se deparado com uma sigla que causa bastante dúvida. Estamos falando da TRI, ou melhor, a Teoria de Resposta ao Item.
Saber o que isso significa faz toda a diferença para conhecer melhor o exame. Afinal, a nota do Enem é baseada na TRI. Na prática, isso significa que não basta apenas ter uma boa quantidade de acertos. É preciso convencer o sistema de que você não acertou por chute.
Quer entender como tudo isso funciona e como é possível se preparar para o Enem ao conhecer a TRI? Então, acompanhe este post e fique por dentro das nossas dicas!
O que é a TRI?
A Teoria de Resposta ao Item é um método utilizado para calcular o desempenho dos alunos no Enem e em diversos outros exames que ocorrem ao redor do mundo. Nesse caso, a lógica utilizada não é apenas a quantidade de acertos para definir a nota.
Na verdade, o que a TRI usa é um conjunto de estatísticas para observar o quão coerente foi a taxa de acertos que cada pessoa teve em um questionário ou avaliação de caráter objetivo, ou seja, que contém diferentes alternativas.
Em outras palavras, a TRI é uma estratégia utilizada para avaliar quais as chances de uma pessoa ter acertado determinada questão por chute ou porque realmente sabia como respondê-la.
Como funciona?
Se você já está achando que o Enem faz mágica para gerar a nota de cada participante, saiba que toda a TRI tem uma explicação bastante pedagógica. No caso do Exame Nacional do Ensino Médio, é realizada uma escala de proficiência em cada uma das provas aplicadas — isto é, para os cadernos de:
- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
- Ciências Humanas e suas Tecnologias;
- Matemática e suas Tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
No caso da redação é diferente, pois a correção é feita por dois ou mais examinadores, passando por um processo ainda mais complexo. No entanto, como as questões do restante das provas são de alternativa, é preciso realizar um cálculo mais justo para definir os acertos.
A partir dessa escala criada, as questões são divididas em diferentes graus de dificuldade: fácil, médio e difícil. Desse modo, as estatísticas de acerto são calculadas com base nesses níveis definidos.
Se um aluno acertar muitas questões difíceis, sobre um mesmo tema, mas errar as fáceis, as chances de que o acerto seja apenas por chute são maiores. Por isso, a pontuação deve cair.
Por outro lado, se contar com uma boa taxa de acerto das questões de níveis fácil e médio, acerca de um mesmo tema, dá a entender que o candidato conhece o assunto. Sendo assim, ainda que erre várias perguntas de graus de dificuldade mais elevados, é possível obter uma boa pontuação.
É por isso que pode acontecer de alguns alunos acertarem todas as questões de um dos cadernos do Enem, mas ainda assim não obterem nota 1000 nessa competência. O mesmo vale para candidatos que tiveram a mesma quantidade de acertos, mas pontuações diferentes.
Quem inventou?
Esse método tem registros desde a década de 1930, porém, só foi realmente descrito em 1960. No entanto, com os avanços da psicometria, tornou-se mais popular por volta dos anos 80.
Um dos nomes mais lembrados ao falar da Teoria de Resposta ao Item é o de Frederic Lord. No entanto, o método foi desenvolvido e aprimorado por diversos cientistas e estatísticos ao longo do tempo. Já no Enem, a adoção do sistema de TRI começou no ano de 2008.
Qual a diferença entre TRI e TCT?
Entendendo melhor o que é a TRI, é possível perceber porque a nota do Enem pode variar bastante, não é? Essa é uma das principais diferenças desse modelo para a Teoria Clássica dos Testes (TCT).
Na TCT, o que vale é a quantidade total de acertos. Sendo assim, é fácil encontrá-la em aplicação em várias outras provas e vestibulares, porém, não no Enem. Afinal, tendo em vista a importância dessa avaliação para todo o Brasil, a proposta do exame é observar realmente a coerência das respostas de cada aluno e fornecer resultados mais confiáveis.
Como auxilia na avaliação?
De início, observar a descrição da TRI pode gerar mais insegurança e ansiedade. Afinal, não tem como saber qual vai ser a sua nota do Enem, mesmo observando a quantidade de acertos que você teve.
No entanto, é importante observar como esse método é útil para a avaliação. Além de ser um sistema antichute, fundamental para a área da Pedagogia, serve para observar o quanto um aluno aprendeu sobre determinado assunto.
Em um exame com impacto nacional, como é o caso do Enem, esse sistema entrega ótimos resultados sobre a educação brasileira e os desafios que devem ser superados. Afinal, é possível realizar uma média do desempenho de todos os candidatos e avaliar se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é atendida conforme o esperado.
A TRI é benéfica?
Não é só para a área da Pedagogia que a TRI é benéfica. Afinal, torna o exame mais acessível ao avaliar as habilidades de cada candidato de maneira individual. Isso reduz os problemas causados pela diversidade do público que participa do Enem, por exemplo.
Em uma prova que reúne candidatos das mais diferentes instituições de ensino, formações, idades, regiões etc., seria bastante injusto comparar o resultado diretamente. Afinal, pessoas com mais acesso à educação de qualidade poderiam se sobressair as outras.
Por outro lado, quando o resultado do exame é de acordo com o seu próprio desempenho, sem comparação com os outros candidatos, é possível reduzir os impactos dessa questão. Desse modo, a TRI se mostra benéfica na teoria e prática, pois avaliam a consistência e a proficiência de cada pessoa.
Como se preparar para o Enem de acordo com a TRI?
Agora, por que saber de tudo isso pode ajudar você a se sair bem no Enem? Compreender como funciona a TRI permite se preparar de uma maneira mais estratégica, focada não apenas em acertar o maior número de questões, mas em garantir os acertos mais adequados.
Veja só como você pode aproveitar a TRI a seu favor!
Foque nas questões consideradas como mais fáceis
Lembre-se de que o sistema é antichute, então uma das melhores maneiras de garantir uma nota maior é acertar as questões de menor dificuldade.
Sendo assim, ao se deparar com uma pergunta que é mais difícil de responder, vale a pena deixá-la para depois, se sobrar tempo, e focar naquelas que você sabe fazer.
Por fim, caso realmente não consiga responder às questões de maior dificuldade, é possível chutar, sabendo que essa escolha não deve prejudicar muito a sua nota final.
Revise as respostas antes de entregar
Mais uma vez, é importante garantir o que você já sabe. No entanto, o Enem também é uma prova bastante extensa e cansativa. Por isso, um erro ou outro pode passar despercebido.
Uma maneira de evitar o erro de uma questão que você realmente sabe é deixar um tempo para revisar todas as respostas antes de entregá-las. Para facilitar o processo, sinalize cada uma das questões entre:
- aquelas que você acha que acertou;
- aquelas que você teve dúvida;
- aquelas que você acha que errou ou que chutou.
Não deixe respostas em branco
Os chutes podem ser usados a seu favor, desde que não apareçam com muita frequência nas questões de níveis fácil ou médio. Por isso, não vale a pena deixar respostas em branco, mesmo que você não saiba ou tenha dúvidas do resultado que chegou.
Ao conhecer melhor como funciona a Teoria de Resposta ao Item, é possível se preparar de forma mais eficiente para o Enem. Por isso, aproveite para estudar bem os conteúdos mais simples e somente avance para os mais complexos quando tiver segurança de que aprendeu o básico. Com isso, as chances de ter uma melhor pontuação só aumentam.
Ficou com alguma dúvida sobre o conteúdo ou tem alguma dica de como usar a TRI a seu favor? Aproveite o espaço abaixo e deixe um comentário!